Antes de responder essa pergunta, queria te perguntar se você sabe realmente o que é hipertensão e qual o impacto desse problema no Brasil?

Pressão alta: um vilão comum e silencioso
A hipertensão é uma doença crônica definida pelo aumento persistente da pressão arterial. Os valores de pressão usados para diagnóstico podem ser a máxima (ou sistólica) e a mínima (ou diastólica). Hoje, consideramos hipertenso quem tem pressão máxima maior que 140 e/ou mínima maior que 90, ou simplesmente “14 por 9”.
Uma pesquisa nacional de 2013 mostrou que a prevalência da doença chegou a 32,3%. Isso quer dizer que a cada 3 (três) brasileiros, 1 (um) é hipertenso. Com o envelhecimento, a hipertensão é ainda mais comum, porque as artérias do nosso corpo vão enrijecendo. Além disso, essa doença tem grande associação com obesidade, sedentarismo e uso do álcool.
Outra questão importante é que a hipertensão é frequentemente assintomática. Muitos chegam às consultas, recebem o diagnóstico e falam: “Eu nunca senti absolutamente nada, tem certeza que eu tenho pressão alta?”. A resposta é: “Sim. Quando a doença manifesta algum sintoma, já pode ser com um infarto, AVC ou doença grave nos rins, olhos, etc.” Por isso, sua prevenção é importante.
Pressão alta e AVC: dupla perigosa
De maneira geral, a hipertensão arterial é o principal fator de risco para ter um AVC. Um estudo chamado INTERSTROKE, feito com mais de 25 mil pessoas de 32 países, mostrou que a hipertensão foi associada a 45,7% dos casos de AVC isquêmico. Já para o AVC hemorrágico, que é o subtipo mais grave, essa associação chegou a quase 57%.
Vamos à prática
Para saber seu risco de ter um AVC somente com o dado da sua pressão arterial, usei o aplicativo “Riscômetro do AVC”.
Quero que você faça agora duas coisas:
1º: Meça sua pressão com um aparelho calibrado em sua casa, ou com ajuda de um profissional de saúde. Antes de aferir, lembre-se de esvaziar a bexiga, repousar pelo menos 5 minutos, não consumir bebida alcoólica ou cigarro pelo menos 30 minutos antes e não praticar atividade física pelo menos 1 hora antes .
2º: Grave o valor da pressão sistólica, também conhecida como a pressão máxima. É o maior dos dois números que aparece no leitor. Por exemplo, se veio 120 por 80, seria o valor 120.
3º: Encontre nas tabelas abaixo o valor mais próximo à sua pressão sistólica e, ao lado, estará o risco de ter um AVC em 5 anos.
Atenção: Se você não faz uso de medicamento para controle da pressão, use a tabela 1. Mas, se já usa algum medicamento, use a tabela 2.
Segue um exemplo prático. Se você não faz uso de antihipertensivo (tabela 1) e sua pressão sistólica é 120, o risco de ter um AVC em 5 anos é de 2%. Mas, se faz uso de medicamento (tabela 2), esse risco passa a ser 2,6%.


Por fim, gostaria de lembrá-lo que o risco acima leva em consideração apenas a pressão arterial. Se você é diabético, tabagista, não faz exercício físico ou tem doença cardíaca, esse valor é certamente maior.
Deixa nos comentários o valor de sua pressão arterial, quanto foi seu risco e uma pergunta sobre esse assunto.
Referências:
Pesquisa nacional de saúde: 2013: acesso e utilização dos serviços de saúde, acidentes e violências: Brasil, grandes regiões e unidades da federação / IBGE, Coordenação de Trabalho e Rendimento. Rio de Janeiro: IBGE, 2015. 100p.
Lancet. 2016;388(10046):761-75. doi: 10.1016/S0140-6736(16)30506-2.
Int J Stroke. 2015;10(2):231-44. doi: 10.1111/ijs.12411.
Serar que tenho que mudar o medicamento?
Minha pressão sempre está de 143a 150 já faço uso de medicamentos mesmo assim sempre tá alta